Jornal da Cidade

Analisando as eleições

Finalizadas as eleições e contados os votos, cada cidade apresentou uma situação diferente. Em Sertanópolis foram três candidatos: Edson Filho, Ana Ruth e Soraya Santa Rosa. A vencedora, Ana Ruth (PSB), ganhou por um fio de cabelo. A diferença com relação ao segundo colocado, Edson Pedro Filho foi de apenas 12 votos, muito pouco num universo de 12.821 eleitores. A nova prefeita também terá um sério problema no Legislativo. Não conseguiu a maioria e, se os vereadores quiserem, podem dar trabalho. A candidata Soraya Santa Rosa fez muito barulho, gastou com pessoal, material e, no fim, amargou pouco mais de 1.000 votos.

Em Primeiro de Maio, de paraquedas, surgiu como um meteorito, o fazendeiro Bruno Santa Rosa, achando que bastaria o dinheiro para ser eleito. Faltou combinar com o povo. A tática deu errado e Bruna Casanova venceu novamente. Já Ezequiel, o Zica, eterno candidato, viu sua votação regredir. Precisa urgentemente revisar seu discurso. Essa foi a sua terceira tentativa. O resultado comprova que os Casanova ainda são uma potência eleitoral em Primeiro de Maio. Bruna fez uma boa administração, é honesta e focada. Mereceu ser reeleita. Desta vez não terá vereadores raivosos contra ela, atrapalhando sua administração. Dos antigos, somente Pinguinha voltou. O restante foi pra água.

Em Alvorada, nem teve graça. Foi como dançar com a irmã. O super prefeito eleito pela quarta vez foi Marcos Pinduca. Bom administrador, simpático, humilde, honesto e de uma índole fora de série, está perdendo tempo sendo prefeito em Alvorada. Já deveria ter tentado um voo maior. Tem cacife pra isso. Seu adversário fez bonito, emplacando pouco mais de 1.400 votos. Parabéns Jaime Damião. Fez mais votos que alguns outros candidatos que se aventuraram no cargo de prefeito em eleições passadas.

Outra cidade a ser analisada é Bela Vista do Paraíso. O Prefeito, Edson Vieira Brene assumiu o município com sérios problemas. A cidade estava toda esburacada, tanto no asfalto, quanto nas contas públicas: Precatórios e a interminável dívida com a Previdência do município dificultaram muito as coisas. Seu adversário, Jacaré, fez união com todas as forças da oposição e mesmo sem ter nenhuma experiência administrativa, conseguiu emplacar a vitória, embora não tenha conseguido maioria na Câmara. Dessa forma, deverá ter habilidade política para negociar, caso contrário corre o risco de ter as coisas dificultadas. Vamos aguardar seis meses. O grupo é grande e pode rachar, caso alguns compromissos não sejam atendidos.

Em Porecatu, três candidatos: Tenan, Fabinho e Carlos Dias. O atual prefeito, Fábio Luiz Andrade conseguiu se reeleger, mas não terá vida fácil. Dessa vez tem minoria na Câmara e, se os vereadores de oposição souberem conduzir a coisa, vão complicar a vida do prefeito. Walter Tenan foi bem votado, mas não conseguiu suplantar a votação do adversário. Outro que ficou pelo caminho foi Carlinhos. Com uma situação financeira pequena, Carlinhos pagou o preço da falta de infraestrutura. O fato de ter sido vice-prefeito com Fabinho contribuiu para a perca de votos. Ele foi o grande responsável pela primeira vitória de Fabinho e pode se vingar da forma abrupta de governar, praticada pelo Prefeito. Outro que poderá se vingar é o vereador Renan Pontes, também traído por Fabinho no caso da troca de vice. Devem orientar os novos vereadores de oposição eleitos na forma de agir no Legislativo.

A cidade de Florestópolis é um caso a parte. Lá a política é diferenciada. Nunca vimos um município com a tensão existente em Florestópolis. De um lado, o bom prefeito Nelson Júnior, honesto, trabalhador, jovem. Seu maior defeito foi exatamente este: Trabalhar demais. Juninho não é político. Enquanto ficava trabalhando, seu adversário, Nicinho fazia política. Junior saiu em desvantagem, mas quando resolveu fazer política, já era tarde demais e a casa caiu. Nicinho vai administrar a cidade pela terceira vez com a diferença que agora a oposição aprendeu o caminho das pedras e vai fiscalizar com maior eficiência.

Em Prado Ferreira, a vitória ficou com Maria Edna, do grupo político chefiado pela atual Prefeito, Silvio Damasceno. A diferença com relação ao candidato Anselmo de Caires, foi de apenas 52 votos. Os demais candidatos não chegaram a surpreender. Resta agora saber se Silvio vai cuidar da vida ou terá ingerência na nova administração. Uma coisa é certa: Poucas mudanças podem acontecer, uma vez que o desempenho de Maria Edna se deveu a força política de Silvio Damasceno, aliado à uma administração com desempenho regular.

Em Jaguapitã, uma mudança radical. O vencedor foi Gerson Marcato, que havia perdido na eleição passada. O resultado o povo de Jaguapitã conhece. A cidade sofreu muito, andou pra trás. A dois dias das eleições, o candidato ficha limpa Edison Rodrigues, que teve as contas reprovadas perdeu na segunda instância, em Curitiba e resolveu por bem desistir da candidatura. Miro Vidal, admirador de Lula, pagou o preço de se manter na esquerda. O maior adversário de Gerson foi o Pastor Balconi apoiado por ninguém menos que Ciro Brasil, o prefeito desastre de Jaguapitã. Tudo transcorreu de acordo com os planos de Gerson e sua equipe, que venceu com uma certa facilidade.

A cidade de Sertaneja teve uma eleição tranquila. O atual prefeito, Jamison teve o trabalho reconhecido e se reelegeu com ampla margem de votos. O seu adversário, Fábio Valério não foi grande para impedir a vitória de Jamison, que recebeu do povo o agradecimento pelo bom trabalho feito nos últimos anos, sendo devidamente reconhecido pela população. A política é simples: Trabalho, o povo reconhece e vota de novo. Se não trabalhar, vai para casa.

Em Leópolis, uma cidade que não acompanhamos diretamente, teve o atual prefeito Sandrinho como eleito. O adversário Leonel deu trabalho e obteve uma votação expressiva. Vai ser um bom candidato nas próximas eleições e pode tirar o atual grupo político do poder em Leópolis.

Rancho Alegre teve candidato único. A oposição lá foi tão ruim que não conseguiram nem um candidato para enfrentar o atual Prefeito Fernando Coimbra. A briga ficou entre os vereadores e, nesse quesito, Fernando também levou vantagem. Conseguiu a maioria e agora deve governar com mais tranquilidade.

Bem os resultados estão aí e agora, vencedores e derrotados devem se unir em benefício de suas cidades. De nada vai adiantar ficar remoendo o passado e fazendo críticas. Essa eleição foi atípica, devido a pandemia do Coronavírus. Não houveram as deliciosas palestras, reuniões e comícios. Os arrastões, o abraço fraterno, o tapinha nas costas, sem máscaras e distanciamento. O que o político mais gosta é o olho no olho, o papo reto. 2020 foi um ano que nunca deveria ter existido. Quem sobreviveu vai se lembrar para o resto de suas vidas. Bola prá frente, felicidade e boa sorte a todos. O que mais precisamos são de bons administradores que consigam superar as dificuldades naturais que ocorrem no Brasil e no mundo.

TSE – Tribunal Superior Eleitoral Urna eletrônica