Quando as flores do jazigo murcharem
Todos os países que adotaram o regime democrático, sem exceção, apresentam uma ou outra imperfeição. Por essa razão, nos países onde de fato há democracia, a crítica se faz necessária para que possamos identificar as possíveis deficiências e, mediante debates honestos, procuremos caminhos para corrigi-las, pois é importante nunca esquecermos que a democracia é um ideal árduo, mas nós, seres humaninhos, somos uma triste figura.
Por isso, a crítica, quando é justa ou mesmo injusta, acabam sempre ferramentas imprescindíveis, não apenas para aperfeiçoarmos os mecanismos políticos e sociais da sociedade, mas também, para que possamos nos aprimorar como cidadãos.
Aliás, um cidadão que acredita estar acima de toda e qualquer crítica, provavelmente, quando meteu o dedo na jarra da vaidade, deve ter se lambuzado dos pés à cabeça.
Apenas ditaduras e tiranias não admitem críticas às suas instituições. Não admitem porque os seus hospedeiros lesivos ficam nervosos quando suas ações são questionadas, quando suas decisões são colocadas em xeque. Eles acabam por revelar as entranhas institucionais parasitadas pelos perniciosos vetores, como os ditadores.
Infelizmente, os exemplos disso abundam na história da humanidade, tanto à destra, quanto à sinistra, de forma que são poucos os casos que se fazem presentes no mundo atual. Não são poucos os países que se apresentam como uma democracia, mas que, nem por isso, garantem o cultivo ao respeito da liberdade de expressão.
Não é por acaso que inúmeras figurinhas públicas usam a palavra democracia, como se fosse seu sobrenome, mas que ao mesmo tempo, não medem esforços para calar qualquer um que os contradiga e, fazem isso, para garantir a “ordem democrática”, no entender tiranizador deles.
Enfim, é importante lembrarmos e jamais esquecermos, que a liberdade está sempre a uma geração da sua aniquilação e, ao que parece, as flores já estão postas sobre o jazigo da pobre democracia.