Quem é liberal? Lula ou Bolsonaro?

Enquanto a economia mundial entrava em colapso com o tarifaço de Donald Trump, que, num misto de insanidade, maldade e capricho, enterrou o modelo de produção global que consolidou os Estados Unidos como a maior potência do planeta, o Brasil continua refém da dicotomia burra entre a esquerda que já se perdeu no tempo e a direita, que não sabe o quer. Estamos sendo obrigados a escolher entre o ruim e o menos pior. Lula amargou uma semana ruim. Depois de colher louros em acertadas visitas internacionais, viu o país ser sufocado pelas cruéis tarifas de Trump. No entanto, acertou em incluir a isenção de imposto de renda até R$ 5 mil, acenando euforicamente à classe média. Durante as viagens, entrou em acordo com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre e da Câmara, Hugo Mota. Porém, veio a hecatombe na nova rodada da pesquisa Quaest. Nela, a desaprovação do governo bateu em 56%, 7 pontos percentuais negativos a mais que as pesquisas de janeiro. A Datafolha apresentou, dias depois, um resultado um pouco melhor. Houve um estancamento, embora a reprovação ainda é maior que os 29% das primeiras pesquisas. Em ambas as pesquisas, Lula seria vitorioso em 2026, seguido de perto pelo inelegível Jair Bolsonaro e bem a frente dos sete outros nomes de direita do embate. Ganha com folga de Tarcisio de Freitas (SP), Ratinho Júnior (PR), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (TO). Bolsonaro vai de mal a pior. No domingo, dia 06 de abril, conseguiu reunir uma boa tropa, embora muito distante do milhão que gostaria. Ao que parece a anistia flopou, para usar a linguagem das redes sociais que tanto faz sucesso entre o público bolsonarista. O patriota escolheu lamber as botas de Trump em vez de defender o Brasil. Porém, nada se compara ao discurso ridículo, feito no melhor estilo do ex-técnico Joel Santana. Bolsonaro arranhou um inglês ridículo, totalmente fora da casinha. E ainda querem que esse cidadão seja presidente do Brasil? Já basta a vergonha que passamos nos últimos quatro anos, o desprezo dos outros países, o ostracismo diplomático que enfrentamos. Um país tão grande, rico e de um povo trabalhador, alegre e esforçado não merece tal alternativa. Ah, mas o Lula não presta! Tudo bem, votem em outro, mas não permitam que o esse misógino, saudosista da ditadura militar, retorne ao Palácio do Planalto.