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Frankenstein ou Drácula? Para muitos argentinos, decisão nas urnas será como filme de terror

Logo depois do primeiro turno presidencial na Argentina, em 22 de outubro passado, o dilema se instalou no país: como escolher entre dois candidatos que, para milhões de argentinos, são os piores possíveis e não os representam? O horror a ambos, em alguns setores da sociedade e da classe política, é tão grande que entraram em cena dois personagens de filmes de terror, Frankenstein e Drácula, para ilustrar o tamanho do pânico que despertam.
Um dos primeiros a usarem as criaturas do medo para se referir ao peronista Sergio Massa e ao candidato da direita radical Javier Milei foi o senador Luis Juez, da aliança opositora (atualmente em vias de extinção) Juntos pela Mudança:

— Todos me pedem que escolha entre Drácula e Frankenstein. O momento da Argentina é muito difícil, temos de escolher entre dois personagens. Um deles transformou o país numa favela, e mesmo assim venceu [o primeiro turno], e Milei quer construir um país com uma serra elétrica — disse ele, referindo-se à máquina que virou símbolo da campanha de Milei.
Foi assim como Massa virou Drácula, por ser o ministro da Economia de um país em ruínas, com 41% de taxa de pobreza e, nos últimos 12 meses, 147% de inflação acumulada. O candidato da aliança entre peronistas e kirchneristas União pela Pátria é visto pelos que usam a imagem de Drácula como a figura que está sugando o sangue dos argentinos, numa das crises econômicas e sociais mais graves de sua História.
Já Milei é comparado com Frankenstein pelo medo que provoca entre milhões de argentinos por suas posições — agora suavizadas ou até mesmo negadas — sobre livre porte de armas, venda de órgãos e ruptura de relações com aliados importantes para o país como Brasil e China, entre outras. O programa de governo de Milei “não é um programa, é um Frankenstein”.
— Milei disse que vai dolarizar, mas não tem reservas, não tem dólares, então não vai conseguir. Disse que vai reduzir em 15% o gasto público, e tampouco poderá fazer isso. Disse que vai reduzir os subsídios em matéria de energia sem aumentar as tarifas, e isso implica um alto risco. Suas propostas são slogans, mais do que propostas.