Cultivo de plantas repelentes ao mosquito da dengue
Crianças de 3 a 5 anos do Colégio Marista Pio XII de Porto Alegre aprendem como evitar a transmissão da dengue através do plantio de citronela, gerânio e malva. No Colégio Marista Pio XII, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (RS), os estudantes aprendem desde cedo sobre a importância dos cuidados com o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Mas alguns deles foram além dos ensinamentos em sala de aula, como é o caso dos alunos dos níveis I e II, crianças de 3 a 5 anos de idade: os pequenos cultivaram plantas repelentes do mosquito e compartilharam com a família os conhecimentos adquiridos na escola. A iniciativa surgiu após uma aula de conscientização sobre a dengue, quando os estudantes questionaram o porquê de utilizar repelente. Usando recursos visuais como desenhos e vídeos, os professores explicaram como o mosquito se reproduz e os cuidados que todos devemos ter para evitar a sua proliferação. Após a explicação, as crianças foram levadas à área externa, onde cada uma recebeu uma muda de planta repelente, como citronela, gerânio e malva. Com auxílio dos educadores, os pequenos jardineiros colocaram a mão na terra e plantaram suas mudas em vasos recicláveis. “Crianças pequenas, principalmente até os 6 anos de idade – conhecida como a primeira infância – são mais receptivas a aprender e formar novos hábitos. Ensinar sobre a importância de evitar a água parada, usar repelentes e manter o ambiente limpo pode criar uma geração mais consciente e proativa na prevenção da dengue. Além disso, as crianças atuam como multiplicadores de informação. Ao aprenderem sobre os cuidados com a dengue, elas levam esse conhecimento para casa, influenciando positivamente a família e a comunidade”, ressalta a professora da Educação Infantil do Marista Pio XII, Caroline Borges. Juntamente com as mudas das plantas repelentes, os estudantes levaram para casa um folheto informativo sobre os cuidados necessários para manter o mosquito da dengue afastado. Parte do cultivo ficou na instituição de ensino, protegendo também a comunidade escolar. “A educação precoce sobre a dengue pode contribuir significativamente para a redução de casos no futuro, uma vez que uma população mais informada tende a adotar medidas preventivas de forma mais consistente”, pontua Caroline Borges. Propriedades da citronela, gerânio e malva As três plantas possuem um óleo essencial nas folhas, que age como repelente natural contra diversos insetos, incluindo mosquitos e borrachudos. Segundo a educadora do Marista Pio XII, ter essas plantas em casa cria um ambiente seguro, evitando doenças transmitidas por insetos e o desconforto causado por eles. Além disso, não há necessidade de utilizar produtos químicos, que podem ser prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. O cheiro exalado por essas plantas é apreciado pelos seres humanos, mas atua como um repelente para os mosquitos, proporcionando uma solução natural e agradável para manter os insetos afastados.
Números da dengue no RS
De janeiro a agosto de 2024, o Rio Grande do Sul superou a soma de mortes por dengue de toda a série histórica, de 2015 a 2023. Enquanto no período o Estado registrou 140 vítimas em decorrência da doença, nos primeiros oito meses deste ano foram 280 óbitos. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Até o momento, 470 municípios do RS (dos 497) contabilizaram casos de dengue, totalizando mais de 186 mil pessoas infectadas – números atualizados pela SES em 22 de agosto. Os municípios com maior número de casos são: Novo Hamburgo, Santa Rosa e São Leopoldo.
Os sintomas da dengue são: febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias; dor atrás dos olhos; dor de cabeça; dor no corpo; dor nas articulações; mal-estar geral; náusea; vômito; diarreia; e manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira. As autoridades de saúde do Estado orientam pela busca do atendimento médico tão logo seja identificado algum desconforto físico.