Sertanópolis

8 anos de maquiagem e bijuterias. Parte XI: No meio do caminho tinha um coqueiro. Tinha um poste no meio do caminho

Existem muitas cidades, por não dizer todas, que possuem um letreiro em praças e pontos turísticos. Nos tempos modernos, serve para que os visitantes e turistas poderem registrar, em fotos, a passagem pelo local. A ideia é boa e tem feito a alegria de muita gente.
Em Sertanópolis, o ex-prefeito Tide também mandou instalar um letreiro, no principal ponto turístico da cidade. “#Eu amo Sertanópolis”. Prá começo de conversa, ele próprio não deve saber o significado do símbolo # (hastag), um dos símbolos utilizados no instagram.
Megalomaníaco, com fantasias delirantes de poder, típico de pessoas que desprezam os outros por se considerarem superior a eles, devido uma egolatria superdimensionada, o ex-prefeito Aleocídeo não economizou e mandou fazer um letreiro do tamanho do seu ego. Até aí, tudo bem, pois este é um dos transtornos daqueles superlativos.
Haviam dezenas de locais para que o letreiro fosse instalado. Porém, para sua grandiosa “obra” aparecer, mandou colocar no Lago Tabocó, bem defronte um coqueiro de um lado e um poste do outro. Ou seja, ninguém consegue tirar uma foto que apareça toda a palavra. Só é possível que o nome da cidade apareça inteira se tirar foto nas laterais, ou dividir a foto com o coqueiro.
Além de ser possível instalar em outro local, o letreiro poderia ter sido feito um pouquinho menor, levando-se em conta o coqueiro e o poste. Ou talvez dividir a palavra, fazer em duas ou três colunas, para que o letreiro ficasse entre os obstáculos.
Não!!!! Quero um letreiro bem grande. Mas tem um coqueiro na frente, prefeito. Corta o coqueiro! Vai ficar pior. Os ambientalistas vão cair de pau! Corta os ambientalistas também…
E agora?
Na frente do letreiro tinha um coqueiro. Tinha um coqueiro na frente do letreiro. Carlos Drummond de Andrade que nos perdoe por utilizar o seu famoso poema:
Nunca me esquecerei desse acontecimento: Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho.
Tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do caminho.
No meio do caminho tinha uma pedra.
Em Sertanópolis a adaptação é:
Nunca me esquecerei essa besteira.
Nas lentes de minhas fotos tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio da foto, tinha um coqueiro.
Tinha um coqueiro (e um poste).
No meio da foto…
Pois bem amigos, chegamos ao nosso 11º capítulo e haverá outros mais. Estamos simplesmente mostrando a falta de planejamento, o exagero, a mania de grandeza, bem típico daqueles que saem da pobreza e conquistam um quinhão de dinheiro, ficando marcado para sempre o seu transtorno de personalidade, com delírios de poder e onipotência.
Não bastasse, acompanham todos esses transtornos a mentira, a conversa fiada, as invencionices, a falácia, o escarcéu promovido pelo prefeito maquiador e fantasioso que apenas pintou, reformou e lustrou obras já existentes.
Eram necessárias obras estruturantes, planejadas, concretas, icônicas. Porém, mais valia chuveirinho no Lago Tabocó, letreiro superdimensionado, pintura no hospital, borra de café nas ruas, sacos de excrementos no pinicão, lampadinhas coloridas, pão e circo ao povo.
Ele não.

Sem planejamento, o ex-prefeito mandou instalar um letreiro em frente a um coqueiro.