8 anos de maquiagem e bijuterias. Parte XXVIII:O reciclador irreciclável
Quando teve início a reciclagem no pátio do Aterro Sanitário, apenas uma família se beneficiava da garimpagem do material reciclável. O prefeito na época, Tide Balzanello, praticamente havia outorgado à apenas uma família os direitos sobre o local. Outras pessoas pretendiam trabalhar, mas estavam impedidas, devido a posse dada por Tide.
Foi uma dificuldade fazer com que outras pessoas também pudessem ganhar seu dinheiro, separando os materiais, para vende-los posteriormente. A garimpagem de material reciclado é vantajosa e, muitas vezes, constituem o sustento de várias pessoas. Alguns materiais representam um alto interesse, como alumínio, papelão, alguns tipos de plásticos, embalagens longa vida, metais e mais uma série de produtos que são facilmente aceitos como material reciclável por indústrias da região.
Toda semana, caminhões levam o material para indústrias recicladoras, garantindo o sustento de famílias inteiras. Como é possível de notar, é um ramo de atividade digno igual a tantos outros que, além de contribuir para a melhoria do meio ambiente, mantém as pessoas inseridas na sociedade.
Foi uma dificuldade fazer com que a família que explorava a reciclagem nos tempos do Prefeito Tide abrisse espaço para que outras pessoas também pudessem usufruir do ganho com o material. Ele praticamente deu as instalações e um terreno público para um diminuto número de pessoas. Para que a reciclagem fosse aberta para mais pessoas, chegou a dar polícia, obrigando a família beneficiada por Tide, para que aceitasse novos participantes.
Hoje, muitas pessoas ganham a vida trabalhando na reciclagem. O local é democrático e há espaço para todos. Uma associação de recicladores divide o lucro do material recolhido entre si. A prefeitura colabora ativamente, fornecendo sacos plásticos identificados, para que a população separe o material orgânico do reciclado. Um caminhão, também da Prefeitura recolhe o material na cidade inteira, inclusive nas chácaras e bairros mais afastados.
A população está cada dia mais consciente sobre a necessidade de separar o lixo orgânico dos produtos que podem ser reciclados. Mais pessoas se beneficiam. Mas, nem sempre foi assim. Tide entregou a reciclagem ao seu bel prazer para apenas uma pessoa. Achava que podia fazer o que bem entendesse. Não é assim. Tide nunca foi democrático. Sempre fazia aquilo o que queria, sem se importar com os outros. Os recicladores mais antigos sabem como foi difícil abrir caminho para mais pessoas.
Por isso, recicladores e a população consciente: Tide nunca mais. Não acredite em quem não acredita nas pessoas de bem. Na hora de escolher, lembre-se disso. Democracia é o direito de todos. Tiranos e autoritários, nunca mais. Ele não.
