Prefeitura demora e peixes morrem
Desde o início de novemro, começaram a aparecer peixes mortos no Lago Tabocó. A quantidade impressionou e o mal cheiro começou a ficar insuportável. Em sua característica lentidão, a Prefeitura bateu cabeça e os peixes agonizaram. A resposta deveria ter sido imediata. Uma análise da água, inclusive pagando a taxa de urgência na obtenção dos resultados, aliado a consulta de pessoas com experiência no ramo, como professores e pesquisadores o Iapar, da Emater ou da UEL poderiam ter apresentado uma solução mais rápida e eficaz.
Dias depois do início da mortandade, arrumaram, emprestados, três aeradores. Os peixes continuam morrendo, agora em menor quantidade. Não se sabe se eles estão acabando ou os aeradores resolveram o problema. Um técnico em represa tanque disse ao Jornal da Cidade que a quantidade de aeradores é insuficiente, pela área do lago. Seriam necessários o dobro ou o triplo de conjuntos de aeração. Quase todos os dias, tal qual pipoca estourando na panela quente, explodem aqui ou ali, um bueiro, uma tubulação de esgoto, uma caixa de visita.
Reclamações não faltam e o mal cheiro se espalha em alguns pontos da cidade. Na Rua Minas Gerais, vizinhos e transeuntes sofrem com a carniça que exala das tubulações, vindas da Estação Figueira, uma estação de recalque de esgotos localizada no lado norte da cidade, próximo ao Jardim Paraíso. No episódio dos peixes, o Diretor do Saae, Claudinei Barbosa, foi rápido e certeiro, mandando analisar a água da lagoa.
Assim terá certeza da causa da mortandade. Já o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Bruno Brocoli, imaginou ser a falta de oxigenação a causa das mortes. Barbosa aguarda o laudo técnico com a análise da água. O Jornal da Cidade também colheu amostras da água e mandou fazer uma análise particular. Solicitamos ao Saae o resultado da análise deles para que possamos confrontar os laudos e fazer um comparativo. Alguns exames demoram cerca de 20 dias para que saia o resultado. Assim que tivermos em mãos as análises iremos divulgar. Por falar em Saae, a autarquia não possui um caminhão fossa equipado com desentupidor e hidrojateamento.
Um caminhão desse tipo seria de grande valia para o Saae, pois, no caso dos esgotos, poderia ser útil. O valor gasto com os parquinhos de plásticos daria para adquirir mais de um caminhão desse tipo, novo e equipado. Nos últimos dias, a quantidade de peixes mortos teve uma redução e aí fica a pergunta: Teriam os peixes acabado ou os aeradores resolveram o problema? A Força Verde e o IAP – Instituto Ambiental do Paraná, com sede em Londrina teriam sido notificados sobre o problema, segundo apuramos. Até agora, não foi possível detectar a causa da mortandade.
Enquanto a Prefeitura demorava para achar uma solução, lentamente, os peixes agonizaram e morreram, aos milhares. Mais um desastre ambiental, numa cidade repleta de problemas com o Meio Ambiente. Realmente, em Sertanópolis, o Meio Ambiente não para… de dar problemas. Tão importante quanto as obras, parquinhos e embelezamento é o Meio Ambiente, a Saúde, a geração de empregos, a habitação. Áreas que a atual administração ainda deve, e muito.