Prefeitura e Câmara cobram explicações da Sanepar por falta de água em Bela Vista
A Câmara e a Prefeitura Municipal de Bela Vista do Paraíso enviaram, em conjunto, uma notificação extra-judicial cobrando explicações da Sanepar por conta da falta de água ocorrida entre os dias 8 e 10 de março. Diversas residências ficaram sem a distribuição de água, algumas delas por até 48 horas. A Sanepar alegava que o problema era de falta de energia elétrica no local de captação.
Durante o período, houve uma sequência de problemas que prolongaram a falta de água. Como serviço é feito por concessão municipal, a prefeitura e a câmara querem saber os reais motivos de ter havido a interrupção do serviço, e se a empresa não possui um sistema alternativo que possa dar continuidade à distribuição em caso de problemas.
“Eu cobrei que a Sanepar deveria ter colocado um carro de som na rua, informando à população o que aconteceu. E mais ainda: ter colocado caminhões-pipa para estar distribuindo água na cidade”, disse o prefeito Edson Vieira Brene (PR). “Nós não estávamos parados. Eu estava em São Paulo e, mesmo de lá, estava entrando em contato tentando resolver”, afirmou.
“A Sanepar cobra que os munícipes devem ter uma caixa d’água em casa para não terem esse problema, mas e eles? Qual a solução que eles têm, um reservatório, por exemplo? Como eles cobram, eu acho que eles também deveriam ter uma solução para não deixar faltar água”, defendeu o presidente da Câmara Municipal, Fernando Menck (SD).
Durante sessão da câmara, os vereadores criticaram a empresa. “Muitas pessoas trabalham a semana inteira e deixam para lavar a roupa no final de semana, teve pessoas que não fizeram isso, que dormiram sujas porque não tinham água nem para tomar banho. A Sanepar não poderia ter feito um comunicado oficial?”, questionou Jean Palú (MDB). Os vereadores concordaram em enviar uma Moção de Repúdio ao presidente da Sanepar. “Temos que responsabilizar a Sanepar. Eles estão há 40 anos no município e não têm um plano B?”, questionou Donizete Fernandes, o Timbó (PR).
O vereador Alex Pinheiro (PSB) alegou que os contratos anteriores feitos entre o município e a empresa, enviados à Câmara após pedido dos legisladores, são “esdrúxulos” e não definem punição para Sanepar em casos como o que aconteceu. “Precisamos colocar cláusulas no novo contrato que deem penalidades para a empresa em situações semelhantes a essa”, disse. O contrato entre a Sanepar e o município venceu em 10 de dezembro de 2018.