Sertanópolis

8 anos de maquiagem e bijuterias.Parte XV: Elevador com ascensorista.

Na fantástica revista de final de mandato do Sr. Aleocídeo, mais uma pérola brilha no fundo do baú. Na sua notabilíssima, grandiosa, ufanista, exagerada, expressiva e hiperbólica revista ricamente ilustrada, o ex-prefeito chega ao cúmulo do absurdo.
Tudo bem que, em 1971, data em que foi construída a sede da nova Prefeitura Municipal de Sertanópolis eram outros tempos e poucos, ou quase ninguém ouvia falar em acessibilidade. Não era um assunto muito frequentado nos quadros-negros das aulas de engenharia civil. A disciplina de arquitetura mal começava a engatinhar. Naquele tempo, a acessibilidade era assunto desconhecido. As pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes, eram obrigados a ficarem confinados em seus domicílios, sujeitos a ajuda de parentes e amigos para se locomoverem.

Hoje, os tempos são outros e os portadores de necessidades especiais estão amparados pela lei, devem (e podem) usufruir de uma vida muito melhor que nos tempos idos. O prédio da prefeitura foi construído com escadas que levam até o segundo andar. Felizmente, o primeiro andar ainda possui um acesso através de uma rampa, íngreme, porem existente. Porém, para alcançar o segundo andar é impossível.
Tide, em sua revista, tinha como mais de seus projetos (não executado), o acesso através de um elevador. Com certeza, iria criar mais um emprego, como cargo comissionado de “manobrador intermitente de veículo estacionário vertical”, também conhecido como ascensorista, emprego esse apenas existente na ilha da fantasia, também conhecida por Brasília, onde tudo é possível.
Duvidam? Sim. O magnífico projeto está na página 77 de sua faraônica revista. Alguém precisa avisar o homem que, atualmente, existem inúmeras outras formas de acessibilidade. A Divisão de Arquitetura e Engenharia da Prefeitura já estuda essa possibilidade. Uma delas, muito mais barata e de fácil adaptação são as plataformas de mobilidade para utilização em escadas e outros locais não projetados para esse fim.
Pensar num elevador para atingir apenas um andar tem um custo altíssimo, são necessárias intervenções estéticas e estruturais, entre outras dificuldades. Uma simples pesquisa no velho e bom Google, irá mostrar dezenas de opções em plataformas de acessibilidade a custos acessíveis economicamente, compatíveis, com manutenção barata e soluções criativas. É óbvio que as plataformas respondem muito bem para acessos a apenas um ou dois andares, o que é o caso da Prefeitura de Sertanópolis. Para uma altura de dois andares ou mais, a melhor opção ainda é o elevador, o que não se enquadra na necessidade do município.
Daí propor um elevador para apenas um andar, mostra uma demagogia sem limites. Ou seja, na ânsia de fazer média com cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida, o Sr. Aleocídio nem se deteve ao trabalho de pesquisar outras opções. É o suprassumo na arte de conduzir a mente do povo, também conhecida como demagogia.
Os cadeirantes e pessoas com mobilidade especial em breve terão acessibilidade ao segundo andar da Prefeitura. Estudos já estão sendo feitos e não será instalado um elevador. Há outras alternativas que podem ser utilizadas, a um custo bem mais em conta e realístico. Portanto, Sr. Tide, antes de falar abobrinhas, consulte antes um engenheiro. Mais uma para a coleção.
Se você, assim como o Tide, também acha que um elevador para apenas um andar, como foi sugerido na revista fantasiosa, é a solução, nos procure e iremos mostrar inúmeras outras alternativas, bem mais em conta, revolucionárias, modernas e que atendem muito bem a necessidade apresentada.

Ele não. Chega de demagogia barata e interesseira.
Vai colher soja que ganha muito mais.