Equipamentos começa a chegar no frigorífico de peixes
No início de maio, vários equipamentos chegaram a Unidade de Beneficiamento de Pescados, mais conhecida como frigorífico de peixes, em Alvorada do Sul. O projeto vem sendo desenvolvido a vários anos e sofreu uma parada entre os anos de 2013 e 2016. Com a nova administração, os investimentos voltaram e uma parceria foi feita para tornar realidade esse grande empreendimento.
Foram feitas as lagoas de decantação do plano de controle ambiental, os meios-fios para manobra e tráfego de caminhões frigoríficos, carros e o transporte de tilápias vivas, incluindo o pátio de manobra, além do plantio de grama para a contenção nos taludes.
A cada dia que passa esse grande empreendimento fica mais perto de se tornar realidade. Vários agricultores buscam informações para saber como investir em tanques escavados para o cultivo da tilápia, além de tanques redes em rios e na represa. O interesse é cada vez maior pois representa uma nova fonte de renda para os agricultores, que poderão diversificar suas atividades, tendo a aquicultura como um novo diferencial econômico para suas propriedades.
A ideia é inaugurar o frigorífico de tilápias ainda nesse ano, segundo a administração de Alvorada do Sul. A cidade passará a ser referência regional no abate e transformação de peixes.
A tilápia:
Devido a modernização e ao aumento da criação tanto em viveiros escavados, quanto em tanques-rede e tanques suspensos, a tilapicultura vem ganhando força no Brasil. Em 10 anos, segundo o IBGE, a atividade teve um crescimento de mais de 220%.
A tilápia é atualmente, o peixe mais produzido no país, superando 350 mil toneladas em 2017. Com o mercado em expansão, carne de qualidade, alto valor agregado, rusticidade e precocidade, os fatores explicam números cada vez maiores.
Além disso, a criação em pequenas áreas viabilizou a construção de mais criadouros pelo território nacional, bastando o produtor ter a licença de exploração do uso da água. Antes de iniciar o processo de criação dos peixes, o produtor deve escolher bem a área onde vai instalar os criatórios.
Uma boa assessoria técnica pode orientar os produtores que desejarem ingressar na produção de tilápias para abate.
Para o piscicultor, a produção de tilápia é realizada em três fases: reprodução, engorda e, na fase final, colheita e processamento. Na reprodução, o produtor cuida das famílias de tilápia de diferentes linhagens, da reprodução, da coleta e da incubação dos ovos, ou, alternativamente, da coleta de nuvens de larvas diretamente no viveiro de reprodução.
Os alevinos de tilápia, antes de serem comercializados e alojados nas unidades de engorda, devem ser sexados e submetidos ao processo de reversão sexual. Nele, serão alimentados com rações especiais (contendo hormônio masculinizante) ou mantidos em tanques com um rígido controle de temperatura.
O objetivo é dar continuidade ao processo de reprodução e também comercializar tilápias machos, que atingem o tamanho e o peso ideais em menor espaço de tempo, com melhores índices zootécnicos quando comparado ao desempenho de fêmeas ou lotes mistos.
Na fase de engorda, o produtor deve oferecer aos peixes alimentos de qualidade, adequados ao sistema de produção escolhido. O resultado de um bom manejo alimentar deve ser avaliado levando-se em consideração o tempo necessário para atingir o peso de abate, a conversão alimentar e os teores de gordura e rendimento da carcaça. O resultado econômico é sempre analisado, sem colocar em risco a vida dos animais e dos consumidores de seus produtos ou subprodutos. Não se pode perder a qualidade.
Na colheita, depois que a tilápia ganha em média, de 4 a 5 gramas por dia, chega-se a fase final na fazenda. Nela, os peixes atingem o peso de abate e serão colhidos e seguirão para o mercado conforme as normas do nicho de destino, como pescado fresco, pescado congelado, pescado eviscerado, filé, postas e muitos outros. Da tilápia nada se perde. As vísceras e espinhas são moídas e vendidas como farinha de peixe para uso nas rações para gatos. A duração do ciclo produtivo varia de 4 a 10 meses, dependendo das condições dos tanques e qualidade dos alevinos.
O ideal é que o criador entre em contato com especialistas capazes de ajudá-lo a escolher a melhor forma de criação, desde o tanque, como matrizes, alevinos, rações, etc. Isso evita que o investimento traga prejuízos.