Eleições 2024: Quem ganha e quem perde?
As eleições municipais foram aguardadas com a expectativa que houvesse um novo duelo entre Lula e Bolsonaro. Uma espécie de terceiro turno ao Palácio do Planalto em 2022. Contudo, impuseram derrotas a ambos. Com uma vitória aqui e outra acolá, petistas e bolsonaristas espremeram o mapa eleitoral depois do fechamento das urnas para contar algum tipo de vantagem sobre o adversário. Uma análise fria e desapaixonada, mostraram que os dois maiores líderes políticos do país terminaram com mais motivos para preocupações do que para celebrações. Os partidos de centro emergiram das urnas com a força política dos municípios. PSD, MDB, PP e União vão comandar mais da metade das cidades brasileiras. Na prática, ganharam força extra para negociar seus apoios para 2026. O PL, de Jair Bolsonaro elegeu 517 prefeitos, 166 a mais que em 2020 e comandará quatro capitais. Porém, a legenda esperava eleger cerca de mil prefeituras, já que o ex-presidente rodou o país em busca de votos. O PT, de Lula, conquistou 252 cidades, 68 a mais do que em 2020 e ficou com apenas uma capital. O desempenho é tímido para um partido que está na Presidência da República. Vários governadores testaram seu capital político. Tarcísio, em São Paulo, Ronaldo Caiado, em Goiás, Ratinho Júnior, no Paraná e Helder Barbalho, no Pará, saíram fortalecidos. O eleitorado optou pelo pragmatismo, se distanciou dos radicalismos e buscou a moderação. Como consequência, a direita se fragmentou, enquanto a esquerda saiu abatida. Não houve um vencedor nítido. Bolsonaro terminou as eleições com o sentimento que a direita não tem dono. Houve uma notável divisão nos meandres da direita brasileira. O ex-presidente ficou incomodado com a fragmentação. Segundo fontes próximas, Bolsonaro ainda não aceita sua inelegibilidade e deseja disputar a reeleição, chegando a ficar irritado quando questionado sobre 2026, o que demostra sua dificuldade em lidar com o surgimento de novas lideranças no campo conservador. Caiado, Ratinho Júnior e Helder Barbalho lançaram novas forças políticas no cenário nacional. Entre os grandes vencedores destas eleições estão: O Centrão, a direita e o centro-direita, que, juntos, vão comandar a maior parte das prefeituras do Brasil. O destaque fica com o PSD, de Gilberto Kassab, partido que obteve o maior número de prefeituras do país, desbancando o MDB. O PSD também vai administrar o maior número de capitais: Florianópolis, Rio de Janeiro, São Luiz, Curitiba e Belo Horizonte, mesmo número do MDB, que vai administrar Macapá, Boa Vista, Porto Alegre, Belém e São Paulo. Também saíram vitoriosos governadores da direita, que se sobressaíram frente a um “bolsonarismo raiz”. No Paraná, três municípios tiveram segundo turno. Confira os resultados:
Cidade | Candidato | Partido | Percentual | Votos |
Curitiba | *Eduardo Pimentel | PSD | 57,64 % | 531.029 |
Curitiba | Cristina Graeml | PMB | 42,36 % | 390.254 |
Londrina | *Tiago Amaral | PSD | 56,32 % | 143.745 |
Londrina | Profa. Maria Tereza | PP | 43,68 % | 111.464 |
Ponta Grossa | * Elizabeth Schmidt | União | 53,72 % | 96.407 |
Ponta Grossa | Mabel Canto | PSDB | 46,28 % | 83.064 |
Em Ponta Grossa, Elisabeth Schmidt é a nova prefeita
Em Curitiba, o novo prefeito será Eduardo Pimentel
Em Londrina, Tiago Amaral venceu o 2º turno.