Sem recursos, Albergue de Porecatu fecha as portas
O Albergue Noturno Múcio Benedicto Limongi Pereira, que era administrado pela União Espírita Caibar Schutel, em Porecatu, fechou definitivamente as portas.
No final do ano passado, o Centro de Educação Infantil Maria Helena, que funcionava no mesmo prédio, também havia fechado. A crise se instalou depois que o Prefeito Fábio Luiz Andrade deixou de repassar recursos para a entidade filantrópica. Segundo os diretores, o prefeito teria alegado que não tinha compromisso com a entidade, colocando na rua primeiro as crianças e agora idosos e pessoas carentes. A instituição funcionava a cerca de 25 anos.
Durante a campanha eleitoral, o Prefeito esteve na entidade e fez reunião com a presença de diretores, professores e internos. Um interno chegou a pedir para que o Prefeito não os abandonassem.
A entidade não tinha certidão no mês de junho de 2017, o que foi corrigido na Receita Federal, Caixa Econômica e Tribunal de Contas no mês seguinte. As contas sempre estiveram em ordem, segundo a administração da entidade. Portanto, não seria esse o motivo para cortar o repasse.
Depois do fechamento da creche, em outubro, a situação ficou ainda mais difícil. Não houve como manter a instituição aberta, acumulando contas de água e luz, além do salário dos funcionários, que ficaram cinco meses sem receber, incluindo férias e o 13º salário.
“Foi um ato desumano”, disse uma das funcionárias. Um dos colaboradores da instituição está quitando, aos poucos, as dívidas que ficaram para trás. O albergue servia janta aos internos e oferecia banho e cama limpa. O máximo que as pessoas podiam ficar na instituição eram três dias. O almoço era servido no SOS.
O Prefeito Fábio Luiz Andrade prometeu que seria feito um projeto para manter o albergue, mas a promessa não saiu do papel. A entidade não tinha fins lucrativos e mantinha apenas atividades de cunho social e solidário.
Grande parte da população e alguns vereadores mostraram-se indignados com a falta de solidariedade e senso humanitário da atual administração. As administrações anteriores faziam repasses regularmente à instituição. “É com pesar que noticiamos esse descalabro ocorrido com as pessoas que mais precisavam. Porecatu sente a falta de bom senso e podemos afirmar, sem medo de errar, que o ajuda não iria falir a Prefeitura, mas acabou falindo uma entidade assistencial que funcionava há décadas, ajudando pessoas necessitadas” (Opinião da Editoria deste jornal).