‘A União Faz a Vida’: programa do Sicredi gera impacto social quatro vezes maior do que valor investido
A Fundação Sicredi, braço social e cultural da instituição financeira cooperativa com mais de 5 milhões de associados e presença em 24 estados e no Distrito Federal, acaba de divulgar estudo sobre o impacto social do programa “A União Faz a Vida”. O trabalho buscou, por meio de metodologia científica, identificar o Retorno Social do Investimento (SROI) da iniciativa realizada há mais de 25 anos com crianças e adolescentes de escolas públicas e privadas de diversas regiões do Brasil. Como principais resultados, o estudo revelou que os impactos do programa permanecem na mesma intensidade na vida dos participantes por um período de cinco a sete anos, e que correspondem a quatro vezes o investimento realizado. Ou seja, para cada R$ 1 investido é gerado R$ 4,07 de impactos sociais.
A metodologia SROI, aplicada no desenvolvimento do estudo, permite que os impactos sociais sejam monetizados, isto é, atribuem-se valores em reais (R$) aos impactos mensurados na pesquisa. Com isso, tendo como base o ano de 2019, o estudo estima que o valor social gerado pelo programa é de cerca de R$ 465 milhões, sendo 88,5% deste valor correspondente às transformações percebidas nos alunos participantes, e 11,5% do valor composto pelas mudanças percebidas nos professores. Outra importante conclusão foi que seis em cada dez alunos aumentaram seu interesse pela escola e suas atividades.
A iniciativa tem como objetivo promover princípios de cooperação e cidadania entre crianças e adolescentes de escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio nas comunidades onde a instituição financeira cooperativa atua, estimulando-os a serem protagonistas que tomam decisões coletivas e constroem projetos cooperativos.
Ao longo de mais de 25 anos, o programa tem sido desenvolvido em escolas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país e já alcançou a marca de mais de 3 milhões de crianças e adolescentes impactados, além de mais de 150 mil educadores, responsáveis por implementar os princípios e a metodologia.
“É gratificante transformar a vida de crianças e adolescentes por meio da educação. O programa aumenta o interesse e envolvimento dos participantes no processo de aprendizagem, sendo capaz de promover um maior senso de cidadania e coletividade e uma série de habilidades socioemocionais. Desenvolvemos esses jovens para que eles promovam impactos positivos em suas comunidades”, explica Romeo Balzan, superintendente da Fundação Sicredi.
Aprendizado na prática
Este impacto é vivenciado por famílias e educadores. É o caso de Eduardo Soares Buri, de 10 anos, aluno do 5º ano na Escola Vicente Liberato, em Munhoz de Mello/PR, conforme explica a mãe dele, Silvana Ribeiro Soares Buri, que é pedagoga e professora. “Eduardo era muito tímido, mas como o programa traz ações em que as crianças precisam conversar, ele se tornou comunicativo e aprendeu a ter respeito por todas as profissões e pela natureza. Além disso, o programa o motivou a querer aprender mais e ter curiosidade”.
Silvana destaca que os professores contemplados pelo PUFV foram capacitados para utilizar as tecnologias para o ensino remoto durante a pandemia. “Os profissionais analisaram quais atividades práticas seus alunos poderiam realizar em casa, de forma criativa. O Eduardo aprendeu a fazer pão e estudou sobre fotossíntese mexendo nas plantas do jardim de casa”, acrescenta a mãe. Em Munhoz de Mello o programa é conduzido pela Sicredi União PR/SP, que implantou e acompanha a metodologia em 74 municípios, envolvendo 56 mil crianças e adolescentes e mais de 5,2 mil professores.
Para Taciana Regina Sanguino, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I da Secretaria Municipal de Educação de Sabáudia/PR, “o PUFV chegou para contribuir com o ensino das crianças, tendo-as como protagonistas, estimulando a cooperação, atitudes e valores, transformando vidas. É um programa que une educadores, família e alunos. Tendo em vista o momento delicado que estamos passando, está fazendo grande diferença na formação dos educadores”.
Se a pandemia trouxe desafios para as crianças da zona urbana, quem têm acesso à internet mais facilmente, imagine para as que vivem na área rural. Mas o PUFV fez a diferença, segundo Luciane Gisele Pereira, professora de Educação Infantil na escola rural Bebé Camargo Dona Emeb, em Mococa (SP). “Cada professora tem seu grupo de crianças no WhatsApp e é ali que a gente se comunica. Gravamos vídeos para os alunos, encaminhamos pelo aplicativo e eles nos retornam com os registros das atividades na medida do possível. Em meio aos estudos para adaptar o ensino, tivemos a oportunidade de fazer parte do PUFV. Foram apresentados, para nós, os materiais da plataforma do Sicredi e, no meu caso, adaptei as propostas de acordo com as vivências dos meus alunos. São sugestões de trabalhos que os estudantes podem realizar em suas casas, como atividades na cozinha, que funcionam como momentos de investigação da própria casa, colocando os alunos como os principais responsáveis pela aprendizagem. Do outro lado estou eu, guiando, ajudando no descobrimento deles”, detalha.
Mais informações sobre o relatório do Retorno Social do Investimento – SROI estão disponíveis em: https://auniaofazavida.com.br/impacto/estudo/