Bela Vista faz adequação no hospital para combate à dengue
Por: Filipe Muniz
Pacientes que passam por tratamento contra a dengue terão um novo espaço de atendimento no Hospital São Jorge, em Bela Vista do Paraíso. Depois de ser reformada, uma nova ala foi inaugurada na tarde desta terça-feira (18). O espaço conta com sala de atendimento médico, recepção, duas salas de espera, banheiros, sala para preparo de medicação e uma sala de hidratação, com duas cadeiras e cinco leitos.
De acordo com a coordenadora da atenção básica, Gisele Salomão, a nova ala foi montada no espaço do antigo centro cirúrgico, que estava inativo há alguns anos. Esse local vai reforçar o atendimento, ao dar atenção exclusiva à doença. “Ali na entrada estava ficando muito lotado, às vezes as pessoas precisavam ficar esperando para tomar o soro, então essa sala vai evitar esse fluxo ali na frente. Colocamos macas e ar condicionado para trazer mais conforto para a população”, mostrou.
O atendimento também conta com incremento nas equipes. Alguns profissionais da UBS (Unidade Básica de Saúde) de Santa Margarida foram realocados para o hospital. A jornada de trabalho, que terminava às 17h, foi estendida para as 19h, quando outra equipe reforça o atendimento até à meia noite. “A nossa preocupação maior é evitar que os casos se agravem, então temos que acomodar esse paciente de uma maneira adequada. Os casos precisam ser acompanhados por pelo menos sete dias. Então, não tinha como fazer esse atendimento apenas na entrada do hospital”, disse Gisele.
Estas são algumas das iniciativas tomadas pelo Departamento de Saúde para combater a dengue, cujos casos aumentam em todo o Paraná. Em Bela Vista, são 53 casos já confirmados e 627 suspeitos, desde o final de dezembro de 2019. São considerados confirmados os casos que passaram por testes de sorologia e pesquisa de arbovirose, que determinam qual o tipo de dengue. Feitos apenas no Laboratório Central, em Curitiba, os resultados do teste costumam sair em 15 e 30 dias, respectivamente.
Mas a coordenadora da atenção básica, Gisele Salomão, afirma que esse período de espera pelo resultado não é relevante para o tratamento do paciente: “A gente acompanha o paciente com suspeita, então não precisa estar confirmado. A hidratação e o cuidado é feito desde a suspeita. O resultado do exame demora, mas para a equipe de saúde, não faz diferença. Se é suspeito, vai ser feito o tratamento”, explicou.
Ela também contou que a demanda por exames está sendo absorvida pelo Laboratório Municipal em conjunto com uma clínica particular conveniada, que realiza os testes nos fins de semana e em outros períodos.
Arrastão de limpeza e aplicação de veneno combatem o mosquito
A segunda frente de combate à dengue feita pela Prefeitura Municipal têm o mosquito como alvo. Desde janeiro, um arrastão de limpeza está sendo realizado para eliminar possíveis criadouros. De um lado, os agentes de endemia se uniram aos agentes de saúde para recolher objetos que possam acumular água, e fiscalizar os quintais. De outro lado, os moradores puderam retirar entulhos de suas propriedades e colocar nas calçadas. Servidores municipais fizeram o recolhimento desses materiais, seguindo um cronograma divulgado.
As inspeções de terrenos ocupados também se intensificaram, principalmente no distrito de Santa Margarida, onde são registrados 80% dos casos suspeitos, segundo estimativa da coordenadora de atenção básica. Por isso, a 17ª Regional de Saúde enviou o veneno para ser aplicado nesse local.
Os esforços também se concentram nos terrenos baldios, que estavam cheios de mato. Durante um mês, a Divisão de Vigilância em Saúde e Endemias mapeou as propriedades com mato. A lista dos locais foi divulgada no site da Prefeitura. Os proprietários notificados tiveram cinco dias para fazer a limpeza e capina. Depois disso, a própria prefeitura poderá limpar os terrenos e cobrar os custos, taxas e multas dos respectivos donos.