Jornal da CidadeParaná

Mas afinal, como escolher o melhor candidato?

Cá entre nós, vamos admitir que o candidato perfeito não existe. Se existisse, ele provavelmente seria um tipo de super-herói, capaz de resolver, com a rapidez de um trem bala japonês todos os problemas que assolam o Município antes mesmo do intervalo do Jornal Nacional. Teria que ter o carisma do Tony Stark, a ética do Capitão América e a força da Mulher Maravilha – mas sem o laço da verdade, porque, vamos e venhamos, a política é um terreno pantanoso. Falando claramente, um bom Alcaide deve ter um bom plano de governo. E nós eleitores precisamos estar atentos a esses tais planos de governo já que, via de regra, a maioria deles, senão todos, são como aqueles projetos de dieta que nós fazemos em janeiro: ambiciosos, cheios de promessas, bem-intencionados e muito bonitos no papel, mas que rapidamente abandonamos na primeira semana após o dia primeiro de janeiro. Então, é preciso considerar que um bom candidato ao cargo maior do Município é aquele que apresente um plano de governo que seja minimamente viável e não um que prometa transformar a nossa cidade em uma Dubai em quatro anos. Outra qualidade necessária para um bom candidato é a oratória. Isto porque um bom Prefeito (Gestor para os moderninhos) precisa ser capaz de convencer você de que mesmo que o mundo esteja pegando fogo, ele tem um plano—e um bom plano. Isso pode significar transformar promessas vagas em algo que parece profundo e significativo, como, por exemplo: “Vamos revolucionar a educação com inovação e tecnologia” que traduzindo nada mais é que “Vou colocar Wi-Fi nas escolas”. Outra coisa que nós eleitores precisamos estar atentos é sobre o passado daqueles que desejam administrar a nossa cidade! Se você, um cidadão comum, fica com dor de barriga quando sabe que o RH da empresa na qual você se candidatou para um novo emprego irá fazer uma investigação social sobre a sua “vida pregressa”, imagine o que deve passar pela cabeça de um candidato neste momento, principalmente daqueles que estão na política há muito tempo. Um bom candidato deve ter um passado limpo, ou pelo menos, um passado onde os “deslizes” dele sejam menores do que os dos outros que concorrem com ele. Cumprir promessas é outra qualidade necessária para aqueles que almejam ser o próximo ocupante da alcaidia. Talvez o verdadeiro teste, já que, convenhamos aqui, na maioria das vezes as promessas eleitorais são tão improváveis quanto ganhar na loteria duas vezes seguidas. Assim o melhor candidato deve, antes de qualquer coisa, ser realista: nada de promessas como pôr fim à corrupção, alcançar a paz mundial ou criar um santuário para as baleias já no primeiro ano de mandato. Até porque, não se pode esquecer que mesmo entre o mais bem intencionado dos candidatos e suas promessas de campanha, se eleito, existirá a Câmara de Vereadores, os partidos que lhe darão sustentação, a oposição, os funcionários municipais, os sindicatos, os ativistas, os empresários, a imprensa e, é claro, as temidas redes sociais. Ah! Não podemos nos esquecer também da simpatia! Vamos ser sinceros, todo mundo gosta de um candidato simpático e que, para a maioria dos eleitores o melhor candidato deve ser sorridente e para um ou outro, basta ele ser “uma gracinha. Sim, é certo que simpatia não resolve tudo, mas ajuda a fazer com que as promessas mais absurdas soem como um “talvez” ao invés de um “nunca”. Na verdade, o melhor candidato é aquele que consegue agradar a gregos e troianos—ou, pelo menos, a maioria das tias do Zap Zap. Se ele conseguir unir a turma do “sou contra tudo que está aí” com a galera do “deixa o homem trabalhar”, já terá meio caminho andado. Então, qual é o melhor candidato? A resposta, meu caro eleitor, é que depende de a quem você perguntar. Mas, independentemente das preferências e simpatias pessoais, o melhor candidato é aquele que além de ter boas propostas e um histórico minimamente decente, consegue te fazer rir, chorar, e talvez até acreditar que a cidade irá dar certo—mesmo que seja só até a próxima eleição. Afinal, na política, como na vida, o importante é escolher aquele que te faz crer que, apesar de tudo, vale a pena seguir em frente. E no final, se tudo mais falhar, pelo menos sobrarão boas histórias para contar.