O adeus à Paçoca
Paçoca era minha cachorrinha, vira-latas, pitoca, do bem, alegre, sem maldade no coração. No domingo, Dia das Mães, ela nos deixou. Mesmo sem ter tido filhotes, deixou amor entre nós, sentimento puro e verdadeiro. Tentamos de tudo, mas não teve jeito. Sofreu uma parada cardiorrespiratória pouco antes de chegar em Londrina, onde talvez pudesse ter sobrevivido. Um bichinho adorável, uma vira latinha simpática que ganhou esse nome pela cor caramelo de sua pelagem. Tinha 13 anos e havia sido adotada quando fui fazer uma matéria sobre o canil de Sertanópolis, inaugurado no mandato do ex-prefeito Reinaldo.
A mãe havia morrido atropelada e a ninhada, órfã, foi encaminhada para o Canil. Durante a reportagem, ficava mordendo meus sapatos, como se estivesse pedindo: Me leva daqui! Eu a trouxe. Tratamos, cuidamos, demos amor e carinho recíprocos. Onde ia, ela ia atrás. Fica deitada embaixo da minha mesa, quase o dia inteiro. Adorava seu jeito meigo, alegre e fiel. Era muito bom chegar e vê-la abanando o rabo, olhando, me esperando. O cachorro é o único amigo desinteressado que um homem pode ter nesse mundo egoísta, aquele que nunca o abandona, o único que nunca mostra ingratidão ou traição. Errar é humano, mas perdoar, é canino. Ela não usava palavras. Usava o sentimento. Adeus, Paçoca. Está deixando muitas saudades. Que o Deus dos animais te proteja, guarde e me espere, pois, um dia, no infinito, iremos brincar novamente. É muita dor na alma e no coração.