“Os jornais impressos são ícones da liberdade de expressão”, defende presidente do TC-PR
Em artigo referente ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio, o presidente do Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR), Fabio Camargo, reforçou a necessidade do jornalismo livre e atuante. Confira a íntegra do texto:
Os jornais – como os conhecemos, impressos, entregues de porta em porta, com notícias do dia anterior e que deixam as mãos pretas de tinta ao serem manuseados – estão em inexorável processo de extinção. Ainda assim, são o ícone da liberdade de expressão.
Nasceram antes do rádio, da televisão e da internet. E persistem no mundo digital, apurando, checando e divulgando fatos verdadeiros, numa competição desproporcional com as múltiplas mídias sociais, com suas virtudes e defeitos, verdades e fake news.
Por isso, no dia da liberdade de imprensa, comemorado na última segunda-feira, 3 de maio, tive dois sentimentos: um certo saudosismo dos jornais impressos, que remetem a um tempo nem tão distante em que a vida parecia andar com menos pressa e urgência; e uma persistente ansiedade de saber no minuto seguinte o que acabara de acontecer, que faz parecer que o tempo se exaure mais rapidamente.
A vida pública me ensinou que não há democracia, justiça social, direitos individuais – enfim, o que chamamos de plena liberdade – sem uma imprensa vigilante, profissional, comprometida com valores éticos e, acima de tudo, independente. Não importa se a notícia é boa ou ruim; importa que seja verdadeira e transmitida de forma isenta.
Não podemos prescindir da imprensa. Enquanto as mídias sociais são o terreno da individualidade – onde minha opinião se sobrepõe a dos outros -, a imprensa é a reserva coletiva da razão – coloca os fatos acima das paixões individuais, dos interesses econômicos e das pretensões políticas.
Ainda que possa haver erros, e sempre os há, prefiro a imprensa livre a qualquer controle, sob qualquer pretexto. E isso vale também para as mídias sociais, esse fenômeno com o qual ainda não aprendemos a lidar. Mas como não há liberdade sem responsabilidade, esse mundo desconhecido logo será de nosso pleno domínio.