Debate mostra equilíbrio entre candidatos
No dia 19, no Centro de Convivência dos Idosos de Primeiro de Maio, aconteceu um debate entre os candidatos a prefeito da eleição suplementar, marcada para o próximo dia 06 de agosto. O evento foi promovido pela APP Sindicato, órgão de classe dos professores, com objetivo de esclarecer pontos de interesse da categoria.
Estavam presentes os candidatos a prefeito e vice, Bruna Casanova e Silvani, Paulinho e Montanha, Eliseu Ligeirinho e Treze, Ezequiel do Banco e Capinha. O candidato Paulo Teodoro Fernandes Júnior, Paulinho, disse ter sido pego de surpresa ao ser nomeado Prefeito Interino. Segundo ele, “não houve transição e não tinha uma equipe de trabalho formada. Dormi vereador e acordei prefeito. O impasse político provocado por uma candidatura irregular trouxe uma grande instabilidade ao município. Tive dificuldade até para nomear a Secretária de Educação. Ninguém queria aceitar pois não sabia o que iria acontecer na outra semana, no outro mês. Cada hora aparecia um boato diferente”, disse.
Paulinho agradeceu os funcionários que o ajudaram num primeiro momento.
Com relação aos salários dos professores, disse que os prefeitos anteriores descumpriram as progressões e os benefícios não foram repassados nos anos de 2004, 2006 e 2008. Somente em 2016, por uma ordem judicial foi aplicada uma progressão salarial. “Mesmo com dificuldades, entregamos uniformes escolares, melhoramos o vale alimentação e investimos mais de 28% na educação, enquanto a lei prevê investimentos de 25%. Estamos na fase final da elaboração do Plano de Cargos e Carreira dos professores”, explicou.
A candidata Bruna Casanova leu um discurso previamente escrito e disse não pretender negociar cargos. Segundo ela, “vamos utilizar os repasses da Câmara para investir 60% na educação e 40% na área da saúde. Me comprometo em apoiar os professores e a educação, que é a base de nosso futuro”, afirmou. A candidata não utilizou os 15 minutos a que tinha direito e abriu mão do restante do seu tempo. Já o candidato Elizeu Ligeirinho reafirmou o que os outros candidatos haviam dito e provocou risos ao falar sobre a nomeação da Secretária de Educação. Disse que não iria abrir mão da prerrogativa de nomear a Secretária, pois “até Jesus nomeou seus 12 discípulos”, disse em meio aos risos do público presente.
O mais descontraído foi o candidato Ezequiel. No início dispensou o microfone e não trouxe nada escrito. Falou de seu passado e o quanto a educação foi importante em sua vida. Garantiu o retorno das eleições diretas para Diretores das escolas e deixou a responsabilidade da escolha da Secretária de Educação por conta da categoria dos professores, que, segundo ele, “fariam uma lista tríplice de nomes como sugestão e o Prefeito escolheria um deles, sem garantia de estabilidade, podendo ser substituído por um outro nome da lista caso não desempenhasse a contento suas funções”, completou. Ele pediu paz nas redes sociais e que os candidatos orientem seus seguidores a não criarem inimizades. Em algumas frases, mostrou uma pitada de sua formação socialista, ao lembrar da “sociedade capitalista em que vivemos” e lembrar “o modelo político que existe na cidade”.
O candidato Ezequiel não leu discursos escritos e, ao menos, não cometeu erros gramaticais. Apresentou boas ideias, como a eleição direta para diretora das escolas e a lista tríplice para escolha da Secretária de Educação. Outro que teve bom desempenho foi Paulinho. Tem conhecimento no assunto e parece ter aprendido com os erros. Pelo visto, a interinidade e instabilidade no cargo o impediu de tomar decisões mais acertadas. Deu para notar que, se for eleito, não vai cometer os erros do início da gestão interina.
A candidata Bruna Casanova leu um discurso previamente escrito, sem rebater as críticas recebidas dos outros candidatos. Já o candidato Elizeu demonstrou todo seu radicalismo, com muitos erros de português e algumas palavras mais rudes.
No mais, se alguém esperava algo bombástico ou material para disseminar nas redes sociais, deu com os burros n’água. O debate foi morno e as perguntas, passadas com antecedência para os candidatos, tiraram qualquer possibilidade de surpresa.