Opinião
Como jornalista responsável pelo Jornal da Cidade, somos cobrados com relação a alguns posicionamentos, uma vez que trabalhamos com a informação e, por força profissional, devemos nos manter atentos a tudo que acontece nos municípios, no estado e no Brasil. Hoje, (24/04), o Ministro Sérgio Moro pediu demissão. Antes de comentarmos sobre o assunto, devemos deixar claro que o voto desse colunista foi em Jair Messias Bolsonaro, mesmo porque não havia outra opção plausível. No primeiro turno, votamos em João Amoedo e, no segundo turno em Jair Bolsonaro.
Ora pois. O imbróglio começou com a insistência de Bolsonaro em exonerar o Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, indicação de Moro e funcionário de carreira da Polícia Federal, homem de extrema confiança do Ministro e muito competente. Bolsonaro e Moro não chegaram a um acordo e, na sexta, Valeixo foi exonerado. Moro, pessoa coerente, entendeu que o Presidente também o queria fora do cargo. Disse: “Tenho que preservar minha biografia. Busquei ao máximo evitar que isso acontecesse, mas foi inevitável”, afirmou.
Bem, fato concretizado. Moro não é mais ministro.
A partir de agora, podemos dizer que o governo Bolsonaro corre um sério risco de perder a credibilidade e começar a despencar nas pesquisas. Com o dólar nas alturas, aliado as incertezas com relação a pandemia, desemprego em alta e a postura arrogante e mal-educada do presidente e seus filhos, o país corre o sério risco de enfrentar um novo embate político. Na nossa opinião, o fato de Sérgio Moro deixar o governo demonstra um total despreparo de Bolsonaro como político, enfraquecendo a concordância da população com relação a seu governo.
Com a saída de Moro, o combate à corrupção e às milícias perdem muito. É uma grande frustação para a população. Durante o governo PT não houve interferência na Polícia Federal e a Lava Jato pode desenvolver seu trabalho, colhendo os frutos que todos conhecem. Já no Governo Bolsonaro, houve uma tentativa de cercear o nobre trabalho dos federais. A crise traz insegurança econômica, pois os investidores estão apreensivos. Junte-se a isso a pandemia do Coronavírus.
Até quando a população vai continuar indolente e aceitar calada? Creio que haverá consequências inimagináveis. Esperamos que, ao menos, pacificamente.
Deus salve o Brasil.