Separação de lixo dará prêmios em Jaguapitã
O município de Jaguapitã deu início a um novo e ousado projeto ambiental. É a campanha Coleta Premiada. A ideia é incentivar a população ao hábito de realizar a separação prévia do lixo orgânico e do lixo reciclado. Com a melhoria da qualidade do serviço de coleta, algumas irregularidades seriam minimizadas, como, por exemplo, o aumento do tempo de vida útil do atual lixão, que será, em breve, desativado.
Segundo o Prefeito Gerson Marcato, “o primeiro objetivo dessa campanha é o lado humano. Dar dignidade de vida aos catadores de recicláveis. Hoje muitos vivem no lixão, um local desumano e de alto risco. Como iremos desativar o antigo lixão, precisávamos iniciar um trabalho para manter esse pessoal. O segundo ponto é reduzir a quantidade de lixo enviado para o lixão, aproveitando ao máximo o material reciclável”, ponderou.
A campanha Coleta Premiada é uma parceria entre a Prefeitura Municipal, a Ascamar – Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis e a Associação Comercial de Jaguapitã, através do Presidente da entidade, Cristiano Fernandes. A cada quinze dias serão sorteados brindes. O caminhão de recicláveis irá passar pelos bairros e o material será levado até a associação. O primeiro brinde já está definido: Será sorteado um relógio para as pessoas que separarem o lixo reciclável.
O lixão de Jaguapitã deveria ser um aterro sanitário, mas por falta de controle acabou se transformando num lixão a céu aberto, que recebe o material orgânico, misturado com o material que poderia ser reciclado. A Promotora de Justiça, Amanda Ribeiro dos Santos abriu uma ação civil pública no início de 2020, para que o município procedesse melhorias no local. Infelizmente, a gestão anterior não atendeu ao pedido da Promotoria.
Agora o local será finalizado. A prefeitura irá criar uma central de transbordo, onde uma empresa encaminhará o lixo para um aterro sanitário adequado. A Secretária do Meio Ambiente, Fernanda Giorgetti pretende dar início ao transbordo o mais rápido possível. Segundo ela, “assim que houver um aumento significativo de material reciclável separado pela população, vamos encerrar o lixão. Essas famílias não podem viver naquele local. É desumano, degradante. Queremos valorizar esses garimpeiros e já estamos fornecendo uma cesta básica, através da Assistência Social para cada família. O Coleta Premiada fará o trabalho de conscientização da população. Estamos estudando a criação de bags (grandes sacos de armazenamento) para facilitar o depósito de materiais recicláveis”, explicou Osmar Boava, da Ascamar criticou as administrações anteriores que não orientavam a respeito da separação de rejeitos e material reciclável. “O caminhão de lixo levava tudo junto e isso desestimulou as pessoas a separarem o material. Hoje competimos com os coletores autônomos e com os garimpeiros do lixão. Antigamente a gente chegava a ter uma renda de um salário mínimo. Hoje, nem isso. Acreditamos que metade do que vai para o lixo poderia ser reciclado”, afirmou.