Sertanópolis

Volta mortandade de peixes no Tabocó em Sertanópolis

Peixes voltaram a morrer no Lago Tabocó, em Sertanópolis. Provavelmente a mortandade se deve ao despejo irregular de efluentes, que acontecem no início do lago e que já havia sido denunciado pelo Jornal da Cidade. Nossa reportagem esteve no local e pode comprovar que nada foi feito para corrigir a fonte poluidora.

Tanto é verdade que a Prefeitura voltou a colocar aeradores no lago, para melhorar a oxigenação da água. A administração também prepara uma licitação para instalar uma fonte luminosa, cujo principal objetivo será a oxigenação da água, para disfarçar e tentar evitar a morte de exemplares de peixes. Segundo a própria prefeitura afirmou na época em que ocorreu uma mortandade maior, “o fato se deveu a falta de oxigênio na água”. Na ocasião, alegaram que seria a falta de chuvas. No entanto, agora, choveu recentemente. A mortandade foi menor, mas ocorreu e, no início do lago, onde existe um manguezal, uma canalização de águas pluviais continua recebendo esgoto clandestino e outros fatores poluentes.

O Serviço de Águas – Saae – fez uma dispensa de licitação de Nº 16/2020 para contratação do Cispar – Consórcio de Saneamento do Paraná, para realização de exames de água do Lago Tabocó, afim de detectar o problema. Os exames custarão R$ 8.404,00 aos cofres públicos. Na época, o Jornal da Cidade fez os exames num conceituado laboratório de Londrina e os custos não chegaram a R$ 3.000,00.

Outros detalhes foram as diferenças dos resultados. Enquanto o exame do Cispar apresentou 7.380 unidades de bactérias, o resultado do laboratório particular contratado pelo jornal tinha 160 mil unidades. A bactéria E. Colli, uma das mais perigosas, causadora da hepatite, cólera, leptospirose e giárdia tinha 5.200 unidades, característica de esgoto a céu aberto. A alegação que os peixes morriam por falta de oxigênio era mentira. O exame do Saae deu 4,93, sendo que o tolerável é 5,0%. A análise particular deu 8,20%, ou seja, o oxigênio da água estava bom. O problema era mesmo os contaminantes presentes no lago, todas com números maiores que o permitido. Apareceram vestígios de óleos vegetais e gorduras animais, comprovando a possibilidade de haverem animais mortos nos efluentes. Os exames de agrotóxicos estavam todos no limite, enquanto o correto era ausência total.

O laboratório contratado pelo jornal trabalha dentro dos padrões exigidos pelo IAP, Sema, Inmetro, ABNT e outros órgãos de fiscalização. A coleta foi feita seguindo todas as orientações dos técnicos.

Um pandemônio. Prefeito, engenheiros e secretários correram para a Rádio para rebater nossos resultados. O Jornal fez denúncia ao Ministério Público que solicitou parecer do IAP – Instituto Ambiental do Paraná, um órgão público. Infelizmente, o MP arquivou nossa denúncia, dando credibilidade ao IAP. E agora? Quem estava certo? Aconteceu novamente. Os aeradores foram religados e o esgoto continua sendo lançado no lago. Fizemos a nossa parte e a prova está aí: O Tabocó, em que pese as luzes coloridas de enfeite, a pintura, a maquiagem, o que se vê ainda está longe de ser um bom exemplo de conservação ambiental. #salvem o lago.

Novos casos de peixes mortos voltaram a surgir, em menor quantidade, obrigando a religação dos aeradores.
Já denunciado anteriormente, o despejo irregular de efluentes continuam ocorrendo, comprovando que nada foi feito para corrigir a fonte poluidora.

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